A agricultura brasileira cresceu de forma impressionante nas últimas duas décadas, dando ao Brasil o merecido título de País do Agro. E os números não param de crescer: segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão de março de 2023 é que a produção de soja aumente mais de 20% em relação à safra anterior, o que impulsiona a safra de grãos, estimada em 309,9 milhões de toneladas.
Isso leva à inúmeras reflexões e talvez a maior delas seja como continuar crescendo economicamente sem abrir mão da sustentabilidade. Já existem inúmeras pesquisas e estudos que apontam que o uso de recursos de forma racional é o único jeito de gerar longevidade para os negócios agrícolas.
É nesse contexto que o mercado de biológicos cresceu quase 70% entre 2021 e 2022 (dados do instituto Kynetec), por ser uma solução viável para garantir produtividade e redução de custos.
Na prática, o que vinha acontecendo nos últimos anos é que o uso desenfreado e sem a devida análise dos insumos químicos, levaram o comprometimento da produtividade em diversas áreas, além de estar suscetível a prejuízos econômicos, já que o mercado de fertilizantes é altamente dependente das importações e pode sofrer enormes variações de preço, como vimos recentemente com a guerra na Ucrânia.
Esse é o caso do uso de um estudo da Embrapa que provou que bactérias benéficas como o Azospirillum brasilense, podem gerar inúmeros benefícios para o agricultor, pois diminuem consideravelmente a necessidade de grandes investimentos em fertilizantes químicos, especialmente os nitrogenados.
A Embrapa Milho e Sorgo realizou pesquisas nos municípios de Sete Lagoas-MG, Goiânia-GO e em Sinop-MT, que acompanharam como o inoculante de bactérias beneficiava a lavoura de milho. Os resultados mostraram que mesmo com a redução de até 25% do uso de fertilizantes nitrogenados, houve ganho médio de produtividade em relação ao controle não inoculado.
Isso porque essas bactérias são capazes de realizar o segundo mais importante processo biológico do planeta, que perde apenas para a Fotossíntese: a Fixação Biológica de Nitrogênio. Isso significa que elas captam o nitrogênio da atmosfera e o transforma para ficar assimilável pelas plantas, reduzindo sobremaneira a dependência dos adubos químicos nitrogenados.
Nós estamos atentos a esse movimento e sabemos que é necessário se preparar para esta transição. Por isso, a Consultoria Agrícola Mais Produtividade qualificou o time para realizar essa mudança de cultura de forma viável. A substituição do uso de químicos pelos biológicos deve ser feita através de um planejamento de médio prazo que leve em consideração a sustentabilidade ambiental e econômica do negócio.
Além disso, ampliamos nosso portfólio de biológicos, estamos investindo em estudos e buscando novos meios de multiplicação para atender o agricultor de forma ainda mais próxima.
Afinal, a nova revolução da agricultura está em unir a tecnologia e o conhecimento técnico às raízes de uma natureza que é tão sábia.
Fonte: Embrapa